CORDEL NO TEMPO #979
SAGA DE MARIQUINHA
Lá vai Mariquinha
Enxugando o pranto
Que a sua filhinha
Seu anjinho santo
Não tem alimento
Não tem um alento
Não tem mais unguento
A morrer sem manto
E o câncer mordendo
Como escorpião
Ferroa o vivente
O atira no chão
Lá vai Mariquinha
Mãe da menininha
Mendiga sozinha
Procurando pão
Bate nas janelas
Bate em tanta porta
E a rua está morta
É morta a cidade
Lá vai Mariquinha
E alguém lhe atende
E ela compreende
Que é a Caridade
Lá vai Mariquinha
De braços com a feira
Arroz com feijão
Tem leite de amor
Faz o alimento
Desperta o rebento
Naquele momento
Vence fome e dor
Lá vai Mariquinha
Menina mulher
- Até mais madrinha!
Até Deus quiser!
Cada novo dia
Segue-se a porfia
Sem ter alegria
- Até Deus quiser!
(Merlanio - Cordel #979)
Bom Dia com Poesia, Meuzamô!
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