VELHINHA QUE PASSA
Merlânio Maia
Veja, minha filha, olhe aquela velhinha
Que passa na rua sem força e sem graça
Vergando o seu corpo de dor e desgraça
Mancando, pedindo e vagando sozinha
Um dia, querida, saúde ela tinha
A correr sorria e divertia a praça
Como outras crianças fazia pirraça
Brincando de roda e de anel à noitinha
Assim é o tempo que passa correndo
E entre nossos dedos se esvai sai descendo
Levando consigo dores e esperança
Nunca zombe dela, nem faça chacota
Pois se hoje a pobre caminha sem rota
Um dia também ela já foi criança
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